terça-feira, 31 de agosto de 2010

O homem de preto

CAPITULO I – Trovões e tiros


A chuva castigava a cidade impiedosamente, as pessoas nas ruas que foram pegas desprevenidas corriam para se protegerem em baixo das marquises das lojas. Fazia anos que não chovia com tanta intensidade como estava hoje, o vento arrancava sombrinhas e guardas chuvas das mãos das pessoas. Enquanto todos tentavam se proteger da chuva e do vento, um homem caminhava tranqüilo pelas ruas do centro da cidade sem nenhuma proteção contra a tempestade, ele tinha cabelos negros e curtos, olhos de um castanho escuro, a barba por fazer e a pele branca, vestia jeans preto, camisa preta de algodão e uma bota de couro preto. Ele parou na calçada de um cruzamento das ruas e olhou para o céu, ficou alguns segundos fitando as nuvens negras que estavam acima dele, alguns transeuntes que estavam ali perto pensaram que o homem era louco. Rapidamente ele baixou a cabeça e começou a correr, dobrou a primeira rua a sua esquerda, entrou em becos estreitos sempre correndo, virou em mais uma rua à direita e parou em frente a uma bela catedral. Ele respirou para recuperar o fôlego e caminhou em direção a catedral, ela tinha dois lances de escadas, três torres de sino, três portas duplas de madeira que estavam fechadas. O homem subiu os lances de escada calmamente, parou diante da porta central e a empurrou, ele sorriu quando viu que a porta estava fechada.

- A casa de Deus nunca deve fechar as portas para seus filhos. – disse com um sorriso cínico nos lábios

Ele deu um passo para trás girou o corpo rapidamente e chutou a porta com tamanha força que as duas metades voaram alguns metros igreja adentro assustando um grupo de pessoas que estavam em volta do altar. Vestiam túnicas vermelhas, com símbolos rúnicos negros nas bordas, eram treze no total e estavam em circulo com um deles no meio segurando uma adaga que tinha duas lâminas entrelaçadas.

- Quem você pensa que é para causar destruição na casa do Senhor? – gritou o homem que estava no meio, um velho de cabelos brancos, olhos azuis e rosto barbeado. Que abriu caminho entre os demais, deixando aparecer uma jovem nua e ensangüentada sobre o altar.

O homem apenas sorriu e duas pistolas apareceram do nada em suas mãos, que se moveram rapidamente e antes mesmo que o velho ouvisse os disparos, doze corpos jaziam no chão.

Lá fora raios e trovões assolaram a cidade, abafando o som do acontecia na igreja. O corpo do velho tremeu todo fazendo-o deixar cair a adaga. Ele deu alguns passos para trás, tropeçando nos corpos no chão e caindo de costas. O homem de preto correu rapidamente até ele e encostou uma das pistolas em sua testa.

- Eu quero um nome. – disse ele cerrando os dentes

- Q... Quem... é... você?

- Isso não importa seu bosta! Eu quero o nome do lixo para quem você vendeu essa merda de alma!

- Por favor... – o velho chorava – Ele vai...

O Homem de preto enfiou a pistola na boca do velho com força quebrando pelo menos um dente dele.

- Eu quero um nome, ou estouro sua cabeça aqui e agora, fazendo você ir direto para as garras do dono de sua alma vagabunda. – o homem sorriu, e tirou a pistola da boca do velho. – Se você me disser, deixo você viver para tentar se arrepender e tentar salvar sua alma.

- Andralaxi, o nome é Andralaxi.

O Homem de preto abriu as mãos fazendo as pistolas sumirem no ar, ficou de pé olhando o velho no chão. Sorriu para ele virando-se e andando em direção a saída da igreja, deixando-o cuspindo pedaços de dentes no chão. No lugar onde antes estavam as portas, ele parou olhou a tempestade que se intensificara, as ruas desertas, os relâmpagos, ouviu os trovões. Pensou em como a chuva o acalmava, como era bom sentir as gotas baterem no corpo, olhou o velho por cima do ombro e viu ele ainda com a mão na boca machucada. Virou-se devagar para ele, ergueu a mão e gritou.

- Velho!

O velho ergueu os olhos, e viu uma pistola surgir do nada nas mãos do homem. Uma expressão de medo se espalhou pelo seu rosto, e foi com essa expressão que ele morreu quando a bala o atingiu entre os olhos. Trovões soaram lá fora.

- Eu menti. – disse o Homem de preto.