terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Utopia

Vamos nos iludir
Vamos criar uma utopia
Vamos sonhar e acordar
Em um mundo frio e cruel

Vamos ser tolos
E achar que o ser humano é bom
Que as pessoas se importam
Mais com o próximo
Do que com o celular novo

Vamos ser mesquinhos
E pensar só em nós
Ignorarmos as súplicas do mundo
Chutarmos para bem longe
O futuro de nossos filhos

Vamos dilacerar a garganta de nossos irmãos
Em busca de fama, poder e riqueza
Porque vale mais
Que o amor, amizade e respeito

Vamos nos destruir
Aniquilar famílias, cidades inteiras
Afinal
Para quê ter respeito pela vida, por nós mesmos

Vamos ser nós mesmos
E chorar por tudo que não fizemos
Vamos gritar
Por todas as desculpas falsas que demos

Vamos nos olhar
E vermos nossa alma despedaçada
E só então veremos
Que nem adianta mais
Criar uma utopia
Pois já é tarde

Vamos nos esconder
Em um canto escuro
E chorar
Pois é só o que resta

4 comentários:

  1. Oi Garoto...!!! essa é só pra você deixar de aperriar. "brincadeira"

    Gostei muito do Texto.
    Bjus no coração e Sucesso!!!

    ResponderExcluir
  2. Olá Ângelo,

    Estou tendo contato com os seus poemas, de duas formas por termos algo em comum, primeiro sermos da mesma estirpe (poetas), segundo conhecemos a mesma pessoa (Assis Nunes de Paulista).

    O termo no poema em epígrafe é o "não-lugar", do criar não criando, este mundo do não existir, existindo. Mas o poeta recusa a sua existência,ou seja desse mundo "não-lugar" no conjunto das antíteses da segunda estrofe com a terceira.

    Aproveito para convidá-lo a me seguir no meu BLOG - POESIA EM MOVIMENTO - http://dutra-poesiaemmovimento.blogspot.com/

    Um forte abraço literário.

    Leonardo de Souza Dutra

    ResponderExcluir